Sintero orienta professores a não aceitarem aumento da carga horária na Progressão Parcial sem pagamento de hora extra

Pela Progressão Parcial o estudante poderá cursar o ano escolar subsequente mesmo não tendo sido aprovado no ano escolar anterior, podendo refazer somente as matérias em que foi reprovado.

Assessoria SINTERO
Publicada em 25 de abril de 2018 às 18:37
Sintero orienta professores a não aceitarem aumento da carga horária na Progressão Parcial sem pagamento de hora extra

O Sintero está orientando os professores estaduais a não aceitarem o aumento da carga horária para atender à Progressão Parcial e à Retenção Parcial sem que seja definido o pagamento de horas extras.

Essas modalidades foram estabelecidas pela Portaria nº 940/2018/SEDUC-NNTE, de 06 de março de 2018, para evitar a reprovação de estudantes que não alcançarem nota em todas as disciplinas.

Pela Progressão Parcial o estudante poderá cursar o ano escolar subsequente mesmo não tendo sido aprovado no ano escolar anterior, podendo refazer somente as matérias em que foi reprovado.

Já a Retenção parcial permite ao estudante retido no 3º ano do ensino médio regular ou EJA, cursar no ano letivo posterior apenas as matérias em que foi reprovado.

O problema identificado pelo Sintero, além da queda na qualidade do ensino, é o encaixe dessas disciplinas no ano letivo seguinte e na carga horária dos professores.

Para a Direção do Sintero a Portaria nº 940 contraria a Lei Complementar 887/2016 que altera o dispositivo do artigo 66 da Lei 680/2012 (Plano de Carreira de Cargos e Remuneração dos Profissionais da Educação Básica) onde diz que a jornada de 40 horas semanais do Professor Classe “B” e “C”,  do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental  e do Ensino Médio em função docente, inclui 26 horas de atividade docente,  equivalente a 32 aulas, abrangendo o intervalo dirigido, sendo 5 horas de planejamento na escola e 9 horas destinadas à formação continuada e/ou atividades independentes.

Em diversas reuniões com a Seduc para tratar do tema, o Sintero questionou como o professor poderá trabalhar essa progressão parcial, se já tem uma carga horária completa; qual o tempo disponível do professor para preparar aulas, elaborar avaliações, exercícios corrigi-los e preparar diários relacionados à Progressão Parcial se já tem toda uma jornada semanal com sua carga horária.

De acordo com relatos de professores de várias regiões do Estado a tentativa de implantar esse sistema até agora vem adotando “jeitinhos” como o atendimento de alunos na porta da sala de aula, professor que deixa a turma em atividade para atender aluno repetente individualmente e até professor trabalhando horas extras sem remuneração para dar conta da nova atividade.

A mais recente reunião sobre o assunto ocorreu no dia 11 de abril, entre a presidente do Sintero, Lionilda Simão, a Secretária Geral, Dioneida Castoldi e a Secretária de Assuntos Educacionais, Francisca Diniz, com a então Diretora de Educação da Seduc, Angélica Ayres.

Na oportunidade o Sintero propôs, como solução, o pagamento de horas extras para os professores que se dispuserem a atender à Progressão Parcial e à Retenção Parcial.

A Seduc ficou de elaborar um documento sobre a proposta, mas até agora o Sintero não recebeu nenhuma resposta oficial.

Todo esse problema foi relatado através de ofícios ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Estadual de Educação.

A presidente do Sintero, Lionilda Simão, disse que o professor não pode ser sacrificado para atender aos programas da Seduc. Não se discute se a Seduc pretende melhorar os índices de aprovação de alunos sem melhorar a qualidade do ensino. “A legislação brasileira veda o trabalho sem remuneração, e essa Portaria 940 afronta a Lei Complementar 680 e as demais leis que regem a educação no país. Não se pode exigir do professor o aumento da carga horária sem remuneração. Logo a nossa classe, que é tão desvalorizada pelos governos e que possui salários defasados. Por isso orientamos aos professores para que não tenham medo de recusar o excesso de trabalho fora da sua carga horária”, disse a presidente do Sintero.

Comentários

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    CARLSON LIMA 25/04/2018

    PROGRESSÃO PARCIAL É UM TAPA NA CARA DE ALUNOS E ALUNAS QUE REALMENTE ESTUDAM EM NOSSAS SUCATEADAS ESCOLAS PÚBLICAS. EXISTE ESSE SISTEMA PAPAI NOEL NA ESCOLA PRIVADA "PROGRESSÃO PARCIAL? ISSO É UMA VERGONHA DESSES GOVERNOS COMPOSTOS EM SUA MAIORIA POR ASSALTANTES DO ERÁRIO PÚBLICO!

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Winz

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