Secretários propõem um plebiscito para a Vila de Abunã

As demais áreas da vila não sofreram os mesmos impactos, mas grande parte das casas passou por alagações na proporção de 20 a 30 centímetros.

Publicada em 28 de August de 2014 às 14:35:00

Os secretários municipais de Planejamento (Sempla), Jorge Elarrat, Educação (Semed), Francisca das Chagas, e Meio Ambiente (Sema), Edjales Brito, reuniram-se com os moradores do distrito de Abunã para tratar de assuntos relativos aos impactos sofridos com a enchente do rio Madeira, acontecida no primeiro semestre deste ano. A reunião foi realizada na quadra da Escola Municipal Marechal Rondon, na manhã de terça-feira (26), estando presentes diversos moradores e representantes do grupo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

A reunião aconteceu em atendimento aos pedidos da comunidade para que, na companhia dos moradores, representantes da administração municipal realizassem nova observação dos efeitos da enchente sobre a vila e debatessem com eles formas de resolução aos problemas. Na visita, observou-se a existência de uma área mais fortemente impactada, formada por um grupo de casas muito próximas à beira do rio, conhecida como CCO, que apresenta um conjunto de casas quase que soterradas pelos sedimentos deixados pela cheia do rio. “As pessoas dessa área terão que sair do local e devem ser ajudadas pela Prefeitura. Vamos discutir com o prefeito como faremos essa remoção”, disse o secretário Elarrat.

As demais áreas da vila não sofreram os mesmos impactos, mas grande parte das casas passou por alagações na proporção de 20 a 30 centímetros. “Embora isso não comprometa as construções, esse tipo de alagação interfere no lençol freático, porque as fossas e poços se misturam quando a água supera o nível do solo. Isso exige uma solução, a fim de evitar a contaminação por doenças”, explicou o secretário.

Com a reunião, percebeu-se haver três grupos com propostas distintas. Um grupo acredita que a enchente se repetirá, de forma que seja necessária a remoção de toda a vila para outro local. Outro grupo acredita que a enchente foi um acontecimento atípico, eventual, e que não se repetirá tão cedo, de forma que não apoiam a ideia da remoção da vila. Um terceiro grupo acredita que a enchente deva se repetir, mas que os moradores não devem deixar a região e sim encontrar formas de enfrentamento. “Quanto a essa proposta, é preciso que ela seja analisada à luz das regras da defesa civil, porque o município não pode permitir a permanência de pessoas em áreas de risco”, explicou Elarrat.

Ouvidas as proposições, os secretários firmaram compromisso em levar ao prefeito o pedido de realização de um plebiscito, por meio do qual se possa estabelecer a vontade da maioria dos moradores. O grupo de secretários também visitou áreas que poderiam ser oferecidas à comunidade no caso da remoção da vila. “Foram vistas áreas que pertencem ao estado e uma área que poderia ser doada por um frigorífico. “Restaria a ser definida em caso de remoção a situação dos antigos prédios e peças da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, pois se trata de um importante legado histórico da região, que merece atenção, respeito e cuidado”, finalizou o secretário da Sempla.

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