Se não trocar algumas peças do tabuleiro, agora, doutor Hildon corre o risco de repetir os mesmos pecados do governo passado

Valdemir Caldas

Publicada em 23 de fevereiro de 2017 às 08:25:00

Louvável o desejo do prefeito Hildon Chaves (PSDB) de transformar Porto Velho num modelo de gestão pública e eficiência, mas não creio que logrará êxito se insistir em ouvir alguns que o auxiliam.

Quarta-feira (22), a Câmara de Vereadores de Porto Velho realizou uma audiência pública para discutir e propor alternativas que contribuam de alguma maneira para melhorar o funcionamento dos Conselhos Tutelares, abandonados pela administração passada.

Quem acompanhou a fala do secretário municipal de assistência social e da família não pôde deixar de mergulhar no abismo do desencanto. Enquanto o promotor de justiça da infância e da adolescência, Marcos Valério Tessila, fez uma apresentação sucinta, mas rica em conteúdo, o titular da SEMASF não saiu do pântano da mesmice.

Isso para não falar nas patacoadas que têm marcado a extinção do quinquênio dos servidores municipais. Nesse ambiente repleto de informações desencontradas, o prefeito tem feito das tripas coração para não deixar a peteca cair.

O município de Porto Velho tem tudo para desenvolver-se, mudar sua cara, ganhar contornos de uma cidade aprazível da qual sua população possa se orgulhar, mas isso só acontecerá se o governo de hoje souber responder aos desafios que se antepõem em seu caminho, com responsabilidade e determinação, cercando-se de pessoas que conheçam o terreno onde pisam.

Caso contrário, corre o sério risco de repetir os mesmos pecados cometidos pela administração que se foi sem deixar saudades. Torço para que o prefeito consiga levar adiante seu programa de governo e limpar a face deformada da nossa cidade, mas reconheço que não será tarefa fácil, principalmente se ele não trocar, agora, algumas peças do tabuleiro administrativo.