Reeducandos de Porto Velho confeccionam fantasias para o Duelo da Fronteira

Há quase nove anos dentro do sistema prisional, José Madson, 34 anos, reeducando e gerente do ateliê, diz que há quase dois anos trabalha no local.

Publicada em 07 de October de 2015 às 15:52:00

Reeducandos

Reeducandos daPenitenciária Ênio Pinheiro

Reeducandos da Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho, entregaram nesta terça-feira (06) 280 peças que serão usadas por integrantes de boi-bumbá durante a festa folclórica Duelo da Fronteira, que acontece neste final de semana no município de Guajará-Mirim. As peças foram confeccionadas por internos do sistema prisional que fazem parte do projeto de ressocialização “Aprender a Empreender”, desenvolvido dentro da penitenciária.

Segundo o Coordenador do projeto, Elias Rodrigues, o trabalho dos reeducandos é realizado por meio de uma parceria com a Associação Beneficente Médica e Social a População Ribeirinha do Vale do Guaporé e Mamoré (Asbanguama), que proporcionou os cursos profissionalizantes. “Agora eles tiveram a oportunidade de colocar em prática o aprendizado”, ressaltou.

Para a presidente do Boi Malhadinho, Maria Edileuza Mendes, o trabalho superou as expectativas. “Eles confeccionaram as peças em pouco tempo, e fizeram um trabalho de qualidade, se não fosse essa parceria provavelmente não teríamos a realização da festa”, diz.

Edileuza explica que a ideia de utilizar a mão de obra dos reeducandos surgiu de uma conversa com a presidente da Asbanguama, que falou sobre o trabalho deles. “Estávamos precisando de ajuda, porque as cinco costureiras que iam confeccionar as roupas em Guajará desistiram”.

O presidente da Associação dos Filhos e Amigos de Guajará (AFAG), Leonildo Freitas Assumpção, relata que diversas pessoas se uniram para a realização do Duelo da Fronteira neste ano. “Queremos buscar mais parcerias e aproveitar outras oportunidades que virão. Todos os eventos que acontecerem no município vamos redirecionar para os reeducandos, é muito importante estar contribuindo para a ressocialização deles,” enfatiza.

José Madson está há dois anos no projeto e diz que está ressocializado.

José Madson está há dois anos no projeto e diz que está ressocializado.

MUDANÇA DE VIDA

Há quase nove anos dentro do sistema prisional, José Madson, 34 anos, reeducando e gerente do ateliê, diz que há quase dois anos trabalha no local. “Estou tendo a oportunidade de aprender uma profissão dentro do sistema prisional. Fiz o curso de costura e aprendi, hoje estou trabalhando, tenho evoluído e me profissionalizado”, conta José, que se diz agradecido pela oportunidade de mudar de vida e pronto para retornar a sociedade após o cumprimento da pena. “Muitas pessoas acreditarem em mim e no meu potencial. Vou sair daqui uma pessoa transformada, voltar para minha casa e minha família”.


Fonte
Texto: Cíntia Xavier
Fotos: Cíntia Xavier