Rede de Prostituição desarticulada pelo MP e Polícia Civil explorava mais de 20 adolescentes

A rede tinha um vasto número de clientes, homens de classe média, que pagavam em torno de R$ 50 a R$ 150 pelo programa. O contato era feito com as agenciadoras.

Publicada em 27/02/2013 às 14:48:00

A rede de prostituição e pedofilia desarticulada nesta quarta-feira (27), durante a Operação Lâmia, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia e Polícia Civil, explorava mais de 20 adolescentes entre 13 e 16 anos, moradoras de áreas periféricas de Porto Velho. Três pessoas foram presas pelo crime de estupro de vulnerável, cuja pena pode chegar a 15 anos de prisão. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

Conforme explicou o Procurador-Geral de Justiça, Héverton Alves de Aguiar, em entrevista coletiva concedida no final da manhã, Débora Francisca Lopes e Michele Araújo Silva foram presas preventivamente por serem as aliciadoras e agenciadoras dos programas. O empresário José Edmar de Souza, dono de um supermercado da Capital e 'cliente' contumaz do serviço de prostituição, teve prisão preventiva decretada e ainda foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma, em razão de terem sido encontradas quatro armas de fogo em sua residência.

Héverton Alves de Aguiar afirmou que as investigações realizadas em conjunto com a Polícia Civil tiveram início há seis meses, mediante informações recebidas pelo MP. Segundo ele, a rede tinha um vasto número de clientes, homens de classe média, que pagavam em torno de R$ 50 a R$ 150 pelo programa. O contato era feito com as agenciadoras, que acionavam as meninas e marcavam os encontros em endereços diversos. “Com o prosseguimento das investigações, poderemos saber quanto do valor obtido com a exploração ficava com as cafetinas e quanto era dado às garotas”, afirmou.

De acordo com o Procurador-Geral, as investigações deverão revelar se há outras pessoas envolvidas na operação do esquema. “Os depoimentos das jovens exploradas, os documentos apreendidos e os monitoramentos feitos pela Polícia dirão se estamos diante de crime organizado ou não”, detalhou.

Polícia Civil
Presente à coletiva, juntamente com o Diretor-Geral de Polícia Civil, Pedro Mancebo, o Secretário de Estado de Segurança, Marcelo Bessa, informou que mais de 40 policiais estiveram envolvidos na Operação Lâmia. Ele garantiu que a Polícia Civil, que já atua no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, seguirá desempenhando seu papel no enfrentamento desse tipo de crime.

Marcelo Bessa conclamou a sociedade a auxiliar o Estado nesse trabalho, fazendo denúncias de situações suspeitas. “Sabemos que, em alguns casos, os crimes ocorrem com o conhecimento de familiares. Precisamos combater essa cultura machista ainda predominante em nossa sociedade”, disse.

Operação Lâmia
O nome da operação deflagrada pelo MP e Polícia Civil nesta quarta-feira faz referência à mitologia grega, segundo a qual Lâmia era uma rainha da Líbia que se tornou um demônio devorador de crianças.