Provocação à sociedade

A criação do Auxilio Alimentação aos deputados estaduais de Rondônia, no valor de seis mil reais, oficializado por eles próprios, dois dias atrás, provocou reações de revolta na maioria da população rondoniense.

Valdemir Caldas
Publicada em 18 de agosto de 2017 às 10:25

A criação do Auxilio Alimentação aos deputados estaduais de Rondônia, no valor de seis mil reais, oficializado por eles próprios, dois dias atrás, provocou reações de revolta na maioria da população rondoniense. Não é a aprovação do Auxilio em si e, sim, o histórico acumulado por aquela Casa. Chega a ser até difícil memorizar o festival de lambanças patrocinado nos últimos quinze anos pelo Poder Legislativo. Foram escândalos em série.

Como sempre acontece em situações dessa natureza, prevaleceu o corporativo, porque, na defesa dos interesses dessa categoria, ela ignora outros prejuízos que essa postura provoca. O jogo de empurra-empurra, pautas trancadas e outras práticas legislativas condenáveis, mostram que prevalecem os interesses mais restritos do que a discussão e a tomada de decisão dos senhores parlamentares em questões importantes para a sociedade.

É lamentável a postura de deboche do Poder Legislativo, sobretudo num momento extremamente difícil da vida nacional, quando a maioria da população vê-se obrigada a apertar cada vez mais o cinto, tendo que cortar na própria carne, com o desemprego batendo todos os recordes e a fome rondando milhares de lares rondonienses, enquanto os cidadãos de primeira classe nadam de braçadas no mar sereno das mordomias inconfessáveis. Não perdem eles por esperar. O troco certamente ser-lhes-á dado nas próximas eleições.

A farra, porém, não demorou muito. Acossados por críticas de todos os lados, os nobres representantes do povo decidiram desfazer o imbróglio, revogando o benefício. Mas não vão perder nada, já que o dinheiro que seria destinado a custear o Auxilio Alimentação voltará a compor a famosa verba indenizatória, um privilégio restrito a segmentos especiais da sociedade, que a maioria dos mortais não tem direito.

O povo de Rondônia merece mais respeito e espera que a atitude dos que assumem funções no espaço do público não se torne pequena, como agora ocorre. Há, da parte de homens e mulheres deste estado, exigências maiores que esperam ver assumidas, de maneira responsável, por quem administra e legisla em nome dos interesses da população.

Winz

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