No dia primeiro de janeiro, Mauro Nazif assume a prefeitura de Porto de Velho, depois de uma disputa eleitoral memorável. Ele sabe (ao menos demonstrou isso durante a campanha) que os problemas são muitos e urgentes, já que a demanda por serviços públicos de qualidade, num país que, historicamente, os negligencia, aumenta em proporções absurdas.

Educação e saúde sucateadas, obras inacabadas, transporte coletivo de má qualidade, servidores públicos mal remunerados, excesso de cargos comissionados e funções de confiança. Esse é o quadro que se desenha diante do novo prefeito e para o qual ele tem a obrigação de encontrar soluções.

É o ônus de quem busca um cargo de representação política, cuja natureza impõe a responsabilidade de administrar o patrimônio da sociedade, que exige de seus governantes o retorno dos tributos pagos na forma de investimentos. E o novo prefeito tem consciência disso, ou seja, de que as cobranças, justificadamente, tendem a se manifestar logo nos primeiros meses de seu governo.

Durante a campanha, Mauro prometeu fazer o que deixou de ser feito nos oito anos da administração Roberto Sobrinho (PT), seja por omissão, seja por incompetência, não importa o motivo. E a oportunidade foi-lhe dada. Resta, agora, saber aproveitá-la. Caso contrário, será o fim de sua carreira política.

Nomes como o do ex-vereador Mário Jorge, do médico e vereador eleito Iraci Macário e da ex-senadora Fátima Cleide despontam como possíveis colaboradores do novo prefeito. São profissionais sérios e experientes, que poderão muito bem ajudar Nazif a retirar o município do abismo no qual está mergulhado.

A população tem presa e exige respostas. Entretanto, é na questão ética que reside a grande expectativa de parcela expressiva do povo. Espera-se que Porto Velho não volte a ocupar o noticiário local e nacional, por conta de situações constrangedoras, que enxovalharam a imagem da nossa cidade e envergonharam a todos.

Que o novo prefeito volte suas vistas para os nossos irmãos do interior, desde há muito relegados à própria sorte, em termos de prestação de serviços como educação, saúde, transporte escolar, estradas vicinais, para o escoamento da produção, dentre outras carências.

Seu compromisso deverá ser com o povo, e não com políticos ou líderes partidários. Ele precisará ter o coração inflexível para as louvaminhas, as cassandras e os bajuladores de todos os matizes, mas os ouvidos abertos para poder auscultar as vozes das ruas, pois é hora de provar a sua competência.