Prefeitura é obrigada a se aferrar aos dogmas da austeridade

Gessi Taborda 

Publicada em 14 de fevereiro de 2017 às 08:29:00

[email protected]

 

FILOSOFANDO

“É reduzido o número daqueles que veem com os seus próprios olhos e sentem com o próprio coração, mas da sua força dependerá que os homens tendam ou não a cair no estado amorfo para onde parece caminhar hoje uma multidão cega; e não podemos desesperar dos homens, pois nós próprios somos homens.” ALBERT EINSTEIN (1879/1955), físico teórico alemão, naturalizado americano, laureado com o prêmio Nobel de Física em 1921.

 

LIMITAÇÕES

Os maiores problemas da cidadania da capital rondoniense se avolumaram ao longo dos anos em função de nunca terem sidos equacionados pelos prefeitos antigos, desde quando o Rondônia passava pelo processo de transformação de território federal para estado. E para complicar, os prefeitos anteriores nunca deram respostas convincentes aos moradores da cidade sobre seus fracassos, sobre o não cumprimento das promessas de campanha quando, no geral, todos garantiam ter soluções para todos os problemas.

 

INSUFICIENTE

O governo de Hildon Chaves – começado no primeiro dia desse ano e completando hoje 45 dias, escolheu falar a verdade sobre a realidade da herança recebida, mas isso parece não ser o suficiente.  

Pelo menos no seio da própria prefeitura – é o que dizem sites e porta-vozes de segmentos mais organizados dos servidores – a causa das limitações para o cumprimento imediato do resgate dos pontos da plataforma política defendida durante a campanha não está reduzindo as promessas de uma paralisação estimulada pelos sindicatos.

 

MACRO ECONOMIA

Certamente Hildon Chaves tem bagagem para dar respostas às demandas dos servidores públicos municipais. Afinal trata-se de alguém que antes de disputar um cargo eleitoral obteve longa experiência na vida pública com mais de duas décadas atuando no Ministério Público.

O novo prefeito deve, salvo melhor juízo, explicar didaticamente que sofre com a difícil crise macro econômica enfrentada pelo país. Afinal, a crise reduz a capacidade de arrecadação e aumento das receitas do município. Isso obriga Porto Velho a aferrar-se a dogmatismos da gestão austera.

A arrecadação municipal sofre quedas ininterruptas ao longo dos últimos três anos enquanto enfrenta o os reflexos de uma folha de servidores que inchou abusivamente nas duas gestões anteriores.

 

JOGO CONFUSO

O diálogo é uma grande virtude do novo prefeito. Ele não se sente intimidado pelos ruidosos piquetes em gestação nos sindicatos e nos nichos que – derrotados na eleição passada – que buscam a exagerada repercussão midiática em torno de uma decisão parlamentar extinguido a concessão de quinquênios aos servidores admitidos a partir de agora.

Por isso tem se reunido constantemente com os barnabés para dar, ele mesmo, a explicação sobre o acerto da decisão de não conceder mais os quinquênios para diminuir as ameaças do caixa da prefeitura não sustentar mais o pagamento da folha aos milhares de servidores dentro do prazo, em poucos anos.

 

OTIMISMO

Quem se opõe ao novo prefeito – possivelmente por acreditar que ele se perca em função da inexperiência política – prefere não acreditar que em seu segundo mês de gestão agregue em torno de si um enorme otimismo, coisa que os antecessores – a quem estiveram ligados os arautos da desídia atual – não conseguiam.

Há uma tranquilidade entre boa parte dos servidores da prefeitura de que Hildon Chaves está tomando as iniciativas fundamentais para a recuperação da economia municipal, única maneira de evitar mais à frente uma demissão em massa de servidores, apesar de um dragão da maldade (precatórios) rondar a prefeitura nesse momento com um apetite bilionário.

 

PARALISADO

Por decisão judicial, continuam paralisadas as obras do tal “Espaço Alternativo”, onde o governo de Confúcio já gastou milhões num projeto que já começou errado e apontado como instrumento de desvios de dinheiro público.

É bom não esquecer que as investigações sobre os desvios naquela obra foram determinantes para por na cadeia Lúcio Mosquine (que mesmo assim continua sendo deputado federal) e Alex Testoni, ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste, pela Operação Ludus, do MP rondoniense. Muitas das irregularidades descoberta na obra pelo Tribunal de Contas do Estado não foram sanadas até agora. Os dois políticos presos ainda são investigados.

 

BIZU

Uma figura muito bem enfronhada num setor de verificação das compras e contratos de instituições públicas comentava animadamente numa fila de banco, na manhã de ontem, que o negócio de locação de viaturas para a polícia estadual pode gerar – se alguém do MP estadual decidir binocular o negócio – uma rumorosa ação de improbidade... Será?

 

O TEMPO

O local onde funcionou o comando do mocinho (leia-se Mário Calixto) do mar de lama da mídia rondoniense  (leia-se Estadão do Norte) poderá ser ocupado brevemente por uma importante instituição pública do governo federal ao custo aproximado de 80 mil reais de aluguel.

É o que registram “potins” da área imobiliária da cidade. Além de pagar o robusto aluguel, o locador vai assumir também a reforma do prédio num valor ainda não orçado. Á confirmação desse informe é apenas uma questão de tempo...

 

SEM PERIGO

Fonte muito bem informada da movimentação nas casernas afirmou não existir nenhuma possibilidade de contágio da crise policial registrada no estado do Espírito Santo em Rondônia. Segundo a fonte, embora haja um pequeno nível de descontentamento entre os militares rondonienses, a situação da milícia rondoniense está muito longe da gravidade verificada no estado capixaba.  Por isso não há, pelo menos agora, perigo de motins na PM local.

 

TURVO

Há incertezas demais no horizonte da política estadual para se depositar confiança nas alianças que supostamente estão em avançado processo de costura entre os caciques partidários do estado. Entre os peso pesados da política cabocla há aqueles com risco de serem engolidos pela Lava Jato e alguns que podem abortar projetos diante da crescente crise social em função do desemprego, isso sem contar o agravamento da crise político/institucional a caminho.