Piripaques, faniquitos e denúncias de compra de votos marcaram algumas solenidades de posse  

Valdemir Caldas

Publicada em 03 de janeiro de 2017 às 22:32:00

O que teve de politico sofrendo enfarto antes, durante e depois da posse, não é brincadeira. Foram tantas emoções, como diria Roberto Carlos, que muitos acabaram no hospital. Mas não é só isso. Houve, também, quem recorresse a um empréstimo milionário para pagar fiança, sair da cadeia e assumir a prefeitura. Alguns foram eleitos, mas não tomaram posse, enrolados que estão até os cabelos com a Justiça por práticas de corrupção.

Não menos intrigantes, foram as denúncias de compra de votos para a composição de mesas diretoras. Em algumas cidades, o preço da barganha teria chegado a R$ 50 mil. Noutras, teria batido os R$ 500 mil. Não é preciso muita engenhosidade, tampouco ser versando nas coisas do além, para saber a origem da dinheirama. Isso porque dinheiro não cai do céu, nem dá em arvores.

E de pensar que, durante a campanha eleitoral, ética, transparência e moralidade pública foram a tônica dos discursos. Muitos fizeram disso uma profissão de fé. Difícil, no entanto, é saber o conceito de ética para essa gente.

Houvesse o cuidado por parte de muitos daqueles a quem o povo confia o voto à preocupação com a questão ética, muito provavelmente não seríamos surpreendidos, frequentemente, com tantos escândalos nos diversos níveis de poder. Pior, mesmo tendo conhecimento das patifarias, não veríamos tanta sujeira sendo empurrada para debaixo do tapete, como se faz com o maior descaramento.

Esse pessoal parece, mesmo, que não aprende. Nem o estrago que a operação Lava Jato vem fazendo em suas áreas mais frutíferas parece intimidar os que insistem em fazer do mandato popular um repasto para a satisfação de privilégios