Os parasitas de sempre - Valdemir Caldas

Já imaginou quantas escolas, quantos hospitais e postos de saúde poderiam ser construídos com o dinheiro que governo deposita todos os meses nas contas bancárias desses parasitas ?

Publicada em 22/01/2013 às 17:17:00

Não é de hoje que o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas de Rondônia vêm admoestando administradores da coisa pública sobre o inchaço quase que teratológico das folhas de pagamento, com o excesso de nomeações para cargos comissionados e funções de confiança.

Mas parece que o MP e o TCE vêm pregando a ouvidos moucos. Aqui e acolá são detectadas nomeações absurdas para o serviço público. Reportagem deste Tudo Rondônia revela que uma assessoria especial do governo do Estado, nomeada em janeiro deste ano, estaria ganhando uma bolada do erário sem trabalhar, em detrimento da grande maioria que está todos os dias no batente, pegando pesado, para receber um salário miserável.

Não se diga, contudo, que isso ocorra apenas no âmbito da administração estadual. Em tempos idos, soube-se que certo presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia mantinha mais de mil assessores em seu gabinete. E hoje? Quantos têm o presidente José Hermínio Coelho (PSD)? Cem? Quatrocentos? Seiscentos? Mil? Nada que um rápido levantamento não possa revelar. Mas quem se atreveria a fazê-lo?

É impressionante a facilidade com que tem essa gente para permanecer na crista da onda. Entra governo, sai governo e essas pessoas sempre dão um jeito de corpo para continuarem desfrutando das mordomias que o poder oferece, mamando nas flácidas tetas do governo.

Recentemente, o ex-deputado citado na matéria foi visto entrando no gabinete do presidente da Câmara de Vereadores de Porto Velho, Alan Queiroz (PSDB), com um processo debaixo do braço. Advinha para quê?

Insensíveis ao que acontece ao seu redor, administradores da coisa pública parece não se aperceberem das graves sequelas que poderão advir dessa conduta irresponsável e eleitoreira para com o dinheiro do contribuinte.

Já imaginou quantas escolas, quantos hospitais e postos de saúde poderiam ser construídos com o dinheiro que governo deposita todos os meses nas contas bancárias desses parasitas, para não nada produzirem em proveito da sociedade?

O que se passa na cabeça de muitos dirigentes é algo que a ninguém é dado concluir, tamanha é a complexidade de um comportamento como esse, que não consegue enxergar o que de ruim vem acontecendo ao seu redor.

Isso é uma tremenda falta de respeito para com a população (que paga um sem-número de impostos, taxas e contribuição), uma irregularidade, nomear pessoas despreparadas para postos de mando, só pelo fato de elas serem parentes, aderentes ou amigas de figuras aparentemente influentes, mas incapazes de contribuírem para a melhoria da qualidade dos serviços que a máquina burocrática deveria prestar à sociedade.

Em vez de incharem as folhas de pagamento com cabos eleitorais e parentes de políticos, empresários e ex-parlamentares, os responsáveis pelos negócios públicos deveriam investir na qualidade profissional daqueles que verdadeiramente carregam a máquina nos ombros e pagar-lhes salários decentes.