Odacir Soares defende unificação das polícias civil e militar

Segundo ele, a ditadura militar impôs às polícias uma atuação que colocasse os interesses da sociedade em segundo plano.

Publicada em 01 de September de 2014 às 19:01:00

Preocupado com o aumento da violência no país, o senador Odacir Soares (PP-RO) defendeu a aprovação da proposta de emenda à Constituição que unifica as polícias civil e militar no Brasil (PEC 102/2011).

A proposta, do senador Blairo Maggi (PR-MT), confere aos estados o poder de decidir sobre a unificação das polícias civil e militar e, na opinião de Odacir Soares, pode tornar mais humana e efetiva a ação da polícia no combate ao crime.

Segundo ele, a ditadura militar impôs às polícias uma atuação que colocasse os interesses da sociedade em segundo plano. E isso, na opinião do parlamentar, se reflete até hoje no imaginário das pessoas, que identificam a polícia não como parceiras na busca pela segurança, mas como uma instituição violenta e perigosa.

Odacir Soares acredita que a unificação das polícias pode, ainda, mudar o quadro assustador anunciado pela Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o qual das 30 cidades mais violentas no mundo, 11 estão no Brasil. Maceió está na quinta posição entre as cidades brasileiras que têm o maior número de homicídios para cada 100 mil habitantes. Fortaleza está na sétima posição e João Pessoa na nona.

Odacir Soares também citou outras medidas que poderiam ser adotadas, como o fortalecimento do sistema penitenciário e a redução da aplicação de penas alternativas para impedir que pessoas perigosas e reincidentes no crime sejam soltas pouco tempo após serem presas.

O senador lamentou que a situação no Brasil seja conhecida em todo o mundo, ao lembrar que, durante a Copa do Mundo de Futebol, os turistas estrangeiros foram alertados pelos governos de seus países sobre a violência que assusta a sociedade brasileira.

— Não é possível conviver com essa imagem aviltante do Brasil, diante de nações importantes e com as quais mantemos tradicionais vínculos de cooperação internacional. O enfrentamento da violência urbana, a luta contra o alastramento desse mal antissocial e antieconômico em todo o território nacional é tarefa que não pode ser adiada. O país perde credibilidade internacional, é visto como terra de ninguém. Isto sem contar as milhares de vidas inocentes que são ceifadas pelo mortal rolo compressor dessa violência estarrecedora — afirmou Odacir Soares.

Agência Senado