O prefeito Hildon Chaves não tem nada de bobo

O episódio do Adicional por Tempo de Serviço serve perfeitamente para ilustrar o que se afirma acima.

Valdemir Caldas
Publicada em 11 de outubro de 2017 às 14:55

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, não tem nada de bobo. Aliás, bobo é quem pensa que ele é bobo. O episódio do Adicional por Tempo de Serviço serve perfeitamente para ilustrar o que se afirma acima. Aconselhado por sua equipe técnica, ele enviou à Câmara Municipal, nos primeiros meses deste ano, um projeto de lei acabando o Quinquênio, sob o argumento de que se mantivesse o adicional chegaria ao final de seu governo com um rombo de cem milhões nas contas do município e, o que é pior, a partir de 2018, não haveria dinheiro para pagar a folha de pagamento.

Francamente, você acha que o prefeito, um homem inteligente, um empresário bem sucedido, com passagem pelo Ministério Público de Rondônia, acreditou nessa conversa mole? Claro que não! Então, por que ele permitiu que essa situação se arrastasse por longos sete meses, perguntar-me-ia o leitor? Pura estratégia, meu caro. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, o funcionalismo iria pressioná-lo por reajuste salarial, com ameaça de greve ou coisa parecida, como de fato aconteceu, porém, antes mesmo de a greve ser deflagrada, o prefeito sinalizou com a possibilidade de devolver o Adicional aos seus legítimos donos, amainando, assim, os ânimos dos mais exaltados.

E os servidores (como diria o personagem do Seu Boneco, da Escolinha do Professor Raimundo) foram para a galera, ou melhor, para a galaria da Câmara Municipal, onde acompanharam e vibraram com a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº. 952/2017, de autoria do Executivo Municipal, que lhes restituiu o Quinquênio. Na quebra de braço com os servidores, o prefeito ganhou mais uma. Maurício Carvalho pertence ao mesmo partido do doutor Hildon Chaves, o PSDB. Em meses de sete no comando da Câmara Municipal de Porto Velho, ele atualizou as promoções funcionais dos servidores, pagou o retroativo, deixado pelo seu antecessor, e ainda incluiu na folha de pagamento de setembro 6,50%. Eis aí um exemplo no qual o prefeito deveria mirar-se.

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