Falência do Estado: Confúcio Moura admite oficialmente calote em fornecedores

Para tentar manter a folha salarial em dia, Governo não paga fornecedores. No primeiro ano do Governo Confúcio, conforme revelou a PF, era preciso pagar propina para receber.

Publicada em 06/11/2012 às 16:22:00

Da reportagem do Tudorondônia

Porto Velho, Rondônia – Agora o próprio governador Confúcio Moura (PMDB) resolveu admitir que não está pagando fornecedores porque é preciso utilizar o  dinheiro para tentar  manter a folha de pagamento dos servidores  em dia. Em informação  divulgadapelo próprio departamento de comunicação, Confúcio confessou que a situação está complicada e que a arrecadação caiu. Confúcio disse que está pagando alguns fornecedores em detrimento de outros, mas não explicou que critério está utilizando para selecionar quem vai receber e quem vai ficar sem receber.

No primeiro ano de sua administração, conforme mostrou a Polícia Federal, muitos fornecedores tinham que pagar propina para poder receber.

O calote oficial nos fornecedores está sendo aplicado apesar de o Tribunal de Contas do Estado ter notificado o governo para que pague de acordo com a ordem cronológica. O posicionamento foi divulgado no site do TCE e foi encaminhado material para a imprensa.

http://www.tudorondonia.com.br/noticias/tce-notifica-estado-para-que-promova-correcoes-na-regra-de-pagamentos-em-ordem-cronologica%2c27247.shtml

Posteriormente o governo do Estado anunciou que seguiria a ordem cronológica para pagamento dos fornecedores. Matéria sobre o assunto chegou a ser produzida pela Agência Estado, a maior agência de notícias da América Latina. Puro engodo. Nada do que o governo anunciou foi cumprido.

http://www.tudorondonia.com.br/noticias/rondonia-adota-ordem-cronologica-para-pagamentos-de-contratos-%2c27850.shtml

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho (PSD-Porto Velho), disse que falta planejamento ao governo do Estado. O parlamentar afirmou que fornecedor não é bandido para ser colocado em último plano. “Deveria ser feito um planejamento para que o governo pagasse tanto os fornecedores quanto os servidores”, acrescentou.
Hermínio lembrou que na metade do ano o governo pediu suplementação orçamentária de R$ 120 milhões para poder pagar a folha de pagamento. Agora, pediu novamente suplementação de R$ 80 milhões, novamente para a folha. “Isso demonstra desorganização. Na hora de apresentar o orçamento, no ano passado, o governo não sabia quanto gastaria com servidores”, afirmou.

Já o deputado Flavio Lemos (PR-Porto Velho) afirma que no Executivo a desorganização é generalizada. Ele lembra que o governo retirou R$ 250 milhões para aplicar no Plano Futuro, que prevê distribuição de renda. Acontece que o governador não explicou como esse dinheiro foi gasto ou se foi dado aos pobres.

De acordo com o discurso de Flavio Lemos é possível entender que a corrupção “comeu” uma parte da arrecadação. O deputado afirmou que na Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) é gasto todo mês R$ 100 mil para esvaziar uma fossa. Para que ela esteja cheia 30 dias depois, estaria sendo despejada água da chuva nela, segundo o parlamentar.
Se o governo não tivesse desviado os R$ 250 milhões para o Plano Futuro nem deixasse dinheiro escoar pelo ralo como esvaziamento de fossas, por exemplo, havia recursos para pagar fornecedores.

Por conta do atraso no pagamento dos fornecedores alguns prestadores de serviço, que não recebem há três meses, ameaçam parar. Viaturas da Polícia Militar deixaram de circular por falta de combustível. E o funcionalismo público está receoso com o possível atraso de salários.