Em Linhas Gerais - Gessi Taborda

O governador rondoniense vem errando tudo desde sua posse. A ida de Sobrinho para o gabinete de Epifânia.

Publicada em 20/01/2013 às 12:55:00

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COISAS ÓBVIAS A presidenta Dilma Rousseff foi a um dos estados mais pobres do nordeste e anunciou que até 2014 não haverá mais pobreza extrema no Brasil. Logo imaginei que coisas óbvias como as milhões de pessoas atiradas aos guetos espalhados em todas as cidades desse país. Será por que eu, um sujeito acostumado com a retórica dos políticos como uma coisa quase sempre nociva ao povo brasileiro, não fiquei alegre com o anúncio da chefe do estado brasileiro, decidida, como pareceu, a pôr verdadeiramente um fim à iniqüidade social que predomina no país e pode ser vista aqui mesmo na nossa Rondônia, onde é negado ao povo o direito a coisas como água encanada, ensino público de qualidade, saúde idem, geração de empregos e segurança?

Para este jornalista, a fala de Dilma não passou de mais um mantra inventado pelo interesses que antecedem as eleições presidenciais de 2014. Logicamente o colunista adoraria render-se ao otimismo dos áulicos, se houvesse a mínima possibilidade de se acreditar nos anúncios mirabolantes dessa petista inventada pelo Lula para presidir o país.

DÚVIDAS As promessas de Dilma para esse novo ano provocam em mim mais preocupações, principalmente porque carecem de autenticidade quando a presidenta garante “um pibão” nesse ano e o fim da miséria no país até o final do próximo ano.

O governo de dona Dilma não é muito diferente do governo de Confúcio Moura em Rondônia, guardadas as devidas proporções. Ambos vão tocando o barco aos trancos e barrancos, fazendo promessas com o único objetivo de dourar a pílula.

Como acreditar nas promessas da presidenta se as previsões mais sérias da economia não são nada favoráveis ao país que quase parou de crescer nesses dois anos de Dilma Rousseff na presidência da República?

TAL E QUAL Certamente seria muito bom se a gente pudesse escrever alvíssaras a esse tipo de político dominante no Brasil. Como seria bom se as promessas do governador Confúcio Moura se concretizassem para tirar Rondônia do atraso. Mas, como cópia mal acabada do malogro da gestão pública nacional, também o governador rondoniense vem errando tudo desde sua posse.

Assim como aconteceu em nível nacional, Confúcio se viu obrigado a demitir vários nomes do alto escalão (a maioria envolvida em irregularidades e corrupção), mas, de verdade, não puniu ninguém. O ex-deputado federal atuante, o ex-prefeito de Ariquemes, vai caminhando para o final de sua gestão decidindo de forma incompetente e apressada, sem saber avaliar os efeitos colaterais.
E assim também acontece no plano federal. No caso dos dois chefes de governo, pode-se dizer que estão iniciando o terceiro ano como se não tivesse existido o segundo, a não ser no sentido negativo.

CARDÁPIO Esse pessoal do PT é mesmo cara de pau. Só isso explica o tal jantar de Brasília, para arrecadar dinheiro e ajudar “os coitadinhos” condenados no processo do mensalão. Em Brasília, o evento foi um fracasso. Só compareceu a turma ligada aos condenados. Mesmo assim os petistas prometem repetir a promoção em todas as capitais.
Em Porto Velho, onde os petralhas meteram os pés pelas mãos e transformaram a prefeitura na “Caverna de Ali Babá”, é preciso anunciar um cardápio especial para garantir a presença dos amigos do Tácito e do Sobrinho.
E aí vai uma sugestão: em vez de tucunaré, melhor servir truta ou robalo, certamente peixe preferido da petralhada. E como hoje esse pessoal ficou chique, deixando de lado o Quatro de Janeiro para morar em suntuosas mansões do Jardim das Mangueiras, que tal servir algo chique, da cozinha francesa, como escargot. Escargot na entrada, escargot na saída.

À VONTADE A deputada petista Epifânia Barbosa se sente, dizem, à vontade para receber em seu gabinete o ex-prefeito acusado de corrupção, dando-lhe as benesses do “fantasma” que nunca exerceu nenhum trabalho como barnabé do legislativo. Bom, não é de causar espanto. Afinal, essa deputada não é a mesma que – de acordo com a investigação da PF na sua Operação Termópilas – violou a lei?

E BATE O BUMBO No Senado, prevê-se a volta “triunfal” do peemedebista alagoano Renan Calheiros à presidência da Casa – posto do qual, em 2007, fora apeado quando se tornou pública uma artimanha de sua autoria, pela qual uma empreiteira se encarregava de pagar a pensão alimentícia à namorada com quem o senador tivera um filho em relação extraconjugal.
E assim como acontece aqui com políticos com nomes em relevo na crônica da corrupção, Renan Calheiros voltou ao Senado “nos braços do povo”, ao ganhar nova eleição, em Alagoas, em 2010. Entretanto, não tardou a recuperar o velho brilho como eficiente e acatado articulador político. Culpa dele? Não.

Culpa da maioria de seus pares, sempre mais disposta a se curvar diante dos que demonstram mais desassombro e influência do que manter-se comprometida com valores éticos, morais e políticos mais elevados.
Algo muito semelhante ao tratamento dado aqui em Rondônia ao Nilton Capixaba, depois de notabilizado por seu envolvimento no tal escândalo das ambulâncias. Virou secretário de estado pelas mãos de Ivo Cassol e com isso retornou à Câmara dos Deputados onde, é isso mesmo, tem o papel de coordenador da bancada rondoniense.

NO MESMO VIÉS Assim como Renan Calheiros está praticamente com vitória garantida para voltar a presidir o Senado, não é nada estapafúrdia a idéia de que nessa parte do Brasil o nome de Nilton Capixaba não acabe se transformando numa opção competitiva para ocupar o governo de Rondônia. Pode até existir, agora, alguma resistência ao nome desse deputado amicíssimo dos Vedoins, “capos” maiores da máfia das ambulâncias. Afinal, é preciso dar uma aparência de que existe um amadurecimento na prática política do estado.

Mas não se engane se a idéia desse capixaba no governo acabar empolgando os “donos” do poder local. É triste, mas até recentemente Rondônia andava entregando suas mais importantes cadeiras ao mando dos mais inescrupulosos e dos mais incapazes.