Da reportagem do Tudorondônia

Porto Velho, Rondônia – Deputados que renunciaram aos cargos na mesa diretora da Assembleia Legislativa em 2012 para escapar da cassação do mandato articulam um plano para tentar continuar no comando da Casa de Leis. Alguns deles resolveram que na sessão de sexta-feira (1) apresentarão o pedido de revogação da renúncia.

Assessores do deputado Jean Oliveira (PSDB-Porto Velho) estariam preparando um documento para ser lido na sessão de sexta, solicitando que sua renúncia seja desconsiderada, para que ele possa tomar posse como primeiro secretário. A estratégia deveria ser copiada por alguns dos outros que renunciaram a cargos na mesa diretora.

A previsão inicial era a de que o deputado Hermínio Coelho (PSD-Porto Velho) tomasse posse como primeiro vice-presidente e o deputado Maurão de Carvalho (PP-Ministro Andreazza) fosse empossado como segundo vice. Em seguida, Hermínio assumiria a presidência, que ficou vaga com a cassação do mandato do ex-deputado Valter Araújo, e convocaria eleição para os demais cargos.

Maurão de Carvalho avisou que pretende renunciar ao cargo de segundo-vice-presidente para poder concorrer a primeiro vice.

Acontece que a equipe de Jean Oliveira teria decidido mudar o que estava sendo programado, para que o tucano possa voltar a ser o primeiro secretário da Assembleia Legislativa.

Os deputados Jean Oliveira, Epifânia Barbosa (PT-Porto Velho), Ana da Oito (PT do B-Nova Mamoré), Saulo Moreira (PDT-Ariquemes) ocupavam a primeira, a segunda, a terceira e a quarta secretaria, mas através de um acordão com deputados governistas, renunciaram aos cargos da mesa diretora. Em troca, em vez da cassação foram “condenados” à perda temporária do mandato por um mês.

Eles haviam sido eleitos para dois biênios: de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2013 e de fevereiro de 2013 e fevereiro de 2015. Para cumprir o acordão, tiveram que renunciar aos mandatos nos dois biênios.

O caso é que deputado que faz parte da mesa diretora recebe benefícios dobrados. Além da verba de gabinete à qual todo parlamentar tem direito, pode indicar servidores que ocuparão cargos de direção na função exercida na mesa.

De olho nos cargos, alguns deputados planejam agora renunciar à renúncia.