De novo a violência

Valdemir Caldas

Publicada em 25 de March de 2015 às 10:19:00

A violência que campeia desenfreada na capital foi tema de uma Audiência Pública, realizada no plenário da Câmara Municipal de Porto Velho, na tarde de terça-feira (24), com a participação de representantes do governo do estado, da prefeitura de Porto Velho, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Rondônia, além de lideranças comunitárias.
A inciativa do encontro partiu do vereador Edwilson Negreiros (PR), que se declarou assustado e aterrorizado com a onda de selvageria que domina a cidade, exigindo das autoridades a adoção de medidas preventivas e corretivas, que contribuam para reduzir os índices alarmantes de criminalidade.

A apresentação do chefe do Centro de Comunicação da Polícia Militar, Ten. Cel. Enedy Araújo, sobre métodos de segurança, foi impecável. Se fosse preciso dar-lhe uma nota, seria dez. Infelizmente, a realidade das ruas é completamente diferente daquilo que se viu na transparência.

Ao observador menos atento, que não conhece o dia-a-dia da cidade e assistiu à exposição do coronel, a impressão que se tem é que a população portovelhense vive num paraíso, mas não é bem assim. Pesquisas recentes revelam que a capital de Rondônia é uma das mais violentas do país, mas as autoridades parecem estar com os olhos vendados, que não conseguem enxergar essa cruel realidade.

Não se diga, contudo, que a culpa é da polícia. A responsabilidade constitucional de proteger os cidadãos e zelar pela segurança deles é do governo federal, em parceria com o governo do estado. São eles que têm a competência de oferecer algo mais do que a saída fácil pelo endurecimento da legislação penal. É preciso pensar seriamente nas causas do aumento da criminalidade, aqui e alhures, considerando as peculiaridades de cada região e, a partir daí, estruturar ações que, uma vez debatidas e aprimoradas em sua concepção original, possam ser implantadas com eficácia e celeridade.
Fora a isso, podem realizar sessões, reuniões, palestras, seminários encontros, que em nada vão ajudar a reduzir a violência que afronta e vilipendia os moradores de Porto Velho.