Copedem em Rondônia destaca a mediação

Palestrante da Espanha traz a experiência europeia e pesquisa em cooperação com a Justiça de Rondônia.

Publicada em 03 de December de 2016 às 10:03:00

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“Os projetos nascem porque há pessoas e instituições que o impulsionam”. Disse a palestrante doutora Letícia Garcia Villaluenga, da Universidade Complutense de Madri –UCM, especialista em mediação, na primeira conferência da manhã na programação do XLIV Copedem- Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura, que acontece pela primeira vez em Porto Velho, Rondônia.

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Promovido pela Justiça de Rondônia, por intermédio da Escola da Magistratura de Rondônia- Emeron, o encontro com os diretores e representantes das escolas de todo país, é um momento de reflexão sobre o papel das escolas e a importância da formação na área judicial, não só para magistrados como também para servidores, que atuam diretamente com sociedade. Para a palestrante, esse aspecto é primordial, pois as escolas têm a responsabilidade em construir uma justiça voltada para a população.

Letícia destacou que os conflitos surgem das relações humanas, o que pressupõe diferentes visões de mundos e necessidades, por isso são sempre difíceis de serem resolvidos. Porém, com técnica certa e disposição para entender cada lado se pode chegar a uma saída ou saídas possíveis e boas para todos os lados.

“Às vezes, os interesses não são incompatíveis, por isso é necessário fazer perguntas estratégicas para tentar entender o que é importante e necessário às partes. Assim, se tem condições de analisar e buscar a melhor alternativa para acordos e negociações”, explicou.

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De acordo com a palestrante, a complexidade dos conflitos precisa ser compreendida. Isso envolve emoções, relações, comportamentos, cultura. Daí a necessidade do mediador em seguir os princípios da neutralidade, imparcialidade e confidencialidade, o que garante às partes um protagonismo e comprometimento na solução de seus próprios conflitos. “A participação maior dos cidadãos revela um cumprimento elevado dos acordos”, destacou.

Por fim, Letícia apresentou aos diretores de escola de todo país o projeto de cooperação com a Justiça de Rondônia, intermediada pela Escola da Magistratura de Rondônia, o "Semeando a Cultura da Paz", que consiste na experiência da mediação na Operação Justiça Rápida Itinerante, o barco da Justiça nas comunidades ribeirinhas; a formação de estudantes mediadores em três escolas da capital; e a formação de socieducadores na unidade Case de Ji-Paraná.

 

Desafio de Inovar

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A palestra de abertura, feita na quinta-feira à noite, dia 1º, por Luiz Roberto Liza Curi, do Conselho Nacional de Ensino - CNE, destacou os desafios das Escolas de Governo e o Ensino Profissionalizante enquanto ferramentas de transformação do cenário educativo do país.

As pesquisas indicam, segundo ele, que o fenômeno da evasão escolar atinge os cursos superiores e o direito não fica de fora. Os dados dão conta de que 54% dos estudantes abandonam o curso antes de chegar ao último ano. Para o palestrante, trata-se de uma realidade preocupante, que compromete o futuro da aplicação da Justiça. “É preciso que as Escolas judiciais de magistratura comecem a refletir sobre isso e se responsabilizar por buscar soluções.”

IMG 2826Curi atribui o fracasso do ensino a um conjunto de fatores, entre eles o apartamento das carreiras de pesquisa e, sobretudo, a falta de uma avaliação adequada em todos os aspectos. “Não sabemos avaliar, não avaliamos bem ou, ainda, não praticamos a avaliação para manter a qualidade”. Isso, segundo ele, vale não apenas para alunos e instituições de ensino, mas também às instituições de pesquisa e mercado que absorve profissionais ou estagiários. “A boa e correta avaliação garante qualidade em todos os aspectos”.

Destacou, ainda, a importância do comprometimento das instituições com os temas sociais. “Hoje, a maioria se compromete apenas com o mínimo exigido pelo currículo oficial, quando o ideal seria desenvolver atividades, pesquisa e extensão no seio da comunidade, antenada com a realidade social”. Para ele, as escolas podem dar o exemplo e intervir em vários aspectos para o cumprimento da Justiça.

 

Assessoria de Comunicação Institucional