Cheia do Rio Madeira não será como a de 2014, afirma Sipam

Neste ano, o fenômeno deve acontecer dentro da normalidade prevista para o período, não afetando a trafegabilidade da BR-364.

Maria Meirelles | Agência Acre
Publicada em 25 de janeiro de 2018 às 11:43
Cheia do Rio Madeira não será como a de 2014, afirma Sipam

Sipam apresentou os prognósticos aos órgãos de proteção e defesa do Acre e Rondônia (Foto: Maria Meirelles/Secom)

Eventos extremos naturais são comuns na região amazônica, que historicamente lida com enchentes e secas periódicas. De acordo com o Sistema de Proteção Amazônia (Sipam), não há indicativos de uma cheia na bacia do Rio Madeira semelhante à que ocorreu em 2014. Neste ano, o fenômeno deve acontecer dentro da normalidade prevista para o período, não afetando a trafegabilidade da BR-364.

As informações foram repassadas nesta terça-feira, 23, em Porto Velho (RO), durante a reunião Cheia 2018, promovida na sede do Centro Regional do Sipam, que reuniu representantes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, secretarias de Meio Ambiente do Acre e de Rondônia, bem como gestores da Agência Nacional de Águas (ANA), Serviço Geológico Brasileiro, Defesa Civil Nacional e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Apesar de o primeiro trimestre do ano – janeiro, fevereiro e março – apresentar um volume de chuvas acima da média na bacia dos rios Madeira e Acre, o Sipam afirma não haver indícios de anomalias.

“A previsão é de que a bacia do Rio Madeira apresente, sim, uma elevação neste trimestre do ano, porém, não nas mesmas proporções de 2014. Há muito falatório e sensacionalismo, dizendo que neste ano a enchente será catastrófica, o que não é verdade. As condições climáticas não são semelhantes. A gente não espera que a rodovia seja inundada ou que o Acre fique isolado, portanto, não apostamos nessa possibilidade. As chuvas permanecem acima da média durante este trimestre, mas não com a mesma magnitude de 2014”, enfatizou o meteorologista do Sipam Luiz Alves.

De acordo com o órgão de Proteção da Amazônia, em fevereiro e março o acumulado de chuvas será de 300 milímetros na bacia do Madeira. Com o enfraquecimento do La Niña – fenômeno que provoca chuvas acima da média na Amazônia –,  o índice de precipitações deve cair para 200 milímetros em abril.

Governo do Acre

Com o intuito de prevenir possíveis cenários de inundação e danos à sociedade, o governo do Acre tem traçado estratégias de atuação desde novembro de 2017.

Em Brasília, o governador Tião Viana se reuniu com a direção da ANA para assegurar o comprometimento das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio no regulamento do nível do Rio Madeira, entre os trechos de vulnerabilidade da BR-364 que ligam o Acre e Rondônia.

A Defesa Civil Estadual tem monitorado a situação da rodovia diariamente (Foto: Maria Meirelles/Secom)

Durante reunião em Rondônia, o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, apresentou o trabalho de monitoramento que o Estado vem realizado, bem como as preocupações do governo em relação ao nível do Madeira.

A gestão acreana já dispõe de um Plano de Contingência, explica o coordenador. “Temos realizado monitoramento diário. A lâmina de água do Rio Madeira permanece abaixo da rodovia. A reunião de hoje foi muito positiva e nos apresentou um cenário de enchente normalizado, com contas abaixo do que ocorreu em 2014”, salientou.

Nesta terça-feira, o Rio Madeira, no Abunã, registrou a cota de 20,78 metros. No local, o tráfego de veículos permanece regular.

Integração

A troca de informações e o compartilhamento de ações são contínuos entre os governos do Acre e de Rondônia. Devido ao acúmulo de experiência e planejamento, a gestão acreana se tornou modelo para outros estados da federação no gerenciamento de situação de eventos extremos naturais, como destaca o coordenador da Defesa Civil de Porto Velho, Marcelo Santos.

“Para nós, o Acre é um exemplo em relação a plano de contingência. Juntos, temos solicitado ao Dnit que realize a elevação da BR-364 nos trechos mais afetados pelas águas, especialmente neste período chuvoso, que pode ocasionar erosões na rodovia”, destacou Santos.

Winz

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