Apesar da polêmica, Kazan mantém ajuda à Casa Família Rosetta, que enfrenta dificuldad​es

Após o empresário ter assumido a presidência do PEN em Rondônia, as doações que ele tem destinado a entidades filantrópicas começaram a ser criticadas.

Publicada em 28/01/2013 às 08:02:00

Nilton Salina

Da reportagem do Tudorondônia

Porto Velho, Rondônia – Apesar das críticas que recebeu por ter doado R$ 2 milhões ao Hospital Santa Marcelina, o presidente do diretório estadual do Partido Ecológico Nacional (PEN), empresário Kazan Roriz de Carvalho, mantém a ajuda que tem destinado a entidades filantrópicas.

Outra dessas entidades é a Casa Família Rosetta, que também enfrenta dificuldades devido à falta de apoio do poder público.A Casa Família Roseta está instalada em Porto Velho há 21 anos, sendo que em 2012 atendeu 1.345 pessoas, entre portadores de necessidades especiais e dependentes químicos, que são reinseridos na sociedade.

Também é prestada assistência às famílias de pessoas atendidas, principalmente através de acompanhamento psicológico.Há cerca de seis anos Kazan Roriz de Carvalho doa mensalmente R$ 4 mil à Casa Família Rosetta, para colaborar com a manutenção da entidade.

Após o empresário ter assumido a presidência do PEN em Rondônia, as doações que ele tem destinado a entidades filantrópicas começaram a ser criticadas, mas isso não o tem abalado.Enquanto políticos e parte da imprensa discutem se Kazan deve ou não colaborar com entidades filantrópicas, a Casa Família Rosetta gasta mensalmente R$ 60 mil por mês para manter seus serviços.

Os convênios com o município e com o governo do Estado precisam ser renovados todos os anos, dependendo da boa vontade dos governantes.Para conseguir dinheiro a Casa Família Rosetta conta com a colaboração de empresários, promove eventos como rifas, jantares e projetos de apadrinhamento de pessoas atendidas. Agora está sendo promovido um bazar, com roupas doadas pela Receita Federal e serão iniciados cursos de formação visando a captação de recursos.

A Justiça tem sido parceira. Os juizados destinam dinheiro e alimentos. Recentemente também foi implantada uma granja e também será iniciada a produção de flores tropicais. Assim, com muita dificuldade a Casa Família Rosetta está conseguindo se manter.A diretora da entidade, Giusi Fulco, explicou que hoje no centro de recuperação são atendidas 80 pessoas, enquanto o atendimento residencial beneficia mais 52.

Também é prestada assistência a 85 crianças portadoras de deficiência. O trabalho é executado por 41 pessoas, entre contratados, voluntários e estagiários de faculdades.Giusi Fulco lembrou que a Casa Família Rosetta precisa de aproximadamente um salário mínimo por mês para atender cada pessoa, serviço que é de responsabilidade do poder público. O custo é baixo, considerando que o governo gasta aproximadamente R$ 2 mil mensais para manter cada apenado no sistema penitenciário.A Casa Família Rosetta está localizada à rua Marechal Deodoro, 1.213, e também em Candeias do Jamary, onde funciona o centro de recuperação.

Em Porto Velho são atendidos portadores de necessidades especiais, com fisioterapia, fonouadiologia, odontologia e terapia ocupacional. Agora será oferecido neurologia.“Atendemos na parte de saúde, educação e assistência social. Queremos fazer bem o bem, agindo profissionalmente. Por isso temos diversos gastos, porque precisamos de profissionais da área de saúde”, disse Giusi Fulco.

Na parte da recuperação de dependentes químicos, o tratamento dura em média nove meses, sendo que cada um deles recebe atendimento diferenciado. “Eles trabalham em cima de ajuda mútua. Todos são iguais, tanto que entram com a mesma quantidade de roupa. Um padre celebra missa semanalmente. Cuidamos da espiritualidade como um valor humano, mas não tentamos converter ninguém”, detalhou a diretora.Após a recuperação do dependente químico é desenvolvida uma outra etapa de trabalho, voltado para um projeto de vida, visando a reinserção na sociedade. Em todo este trabalho há poucos servidores do poder público à disposição da entidade.Apesar de todas as dificuldades, está sendo iniciado um centro de atendimento em Ouro Preto do Oeste, em parceria com a prefeitura e com o Ministério Público. A procura é grande, tanto que a Casa Família Rosetta precisa trabalhar com lista de espera.