A MARQUISE FICA?

Palanque armado na Câmara não esclarece coisa alguma.

Publicada em 30/01/2013 às 10:32:00

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Não passou de um circo armado a audiência pública para discutir a concessão do serviço de limpeza urbana em Porto Velho, a tal audiência do lixo. Essa foi a impressão de observadores mais atentos, vez que duas das principais autoridades municipais, o coordenador de limpeza urbana, Carlos sei-lá-de-quê e o secretário de serviços básicos, Ricardo Fávaro, demonstraram em seus pronunciamentos, previamente articulados, uma orquestração para pedir o cancelamento do contrato com a empresa detentora da concessão pública, a Marquise.

O ESPETÁCULO circense teve início com o atabalhoado discurso da mãe Hermínia Sete Copas, que incendiou o ambiente e, como todo bom oportunista, caiu fora. Na sequência, vereadores despreparados, sem a menor noção do contrato, também aproveitadores, jogaram para a plateia, com inflamados discursos pedindo o cancelamento do contrato. Lideranças de catadores aproveitaram para pedir mais atenção à atividade e protestar contra o abandono a que são relegados no lixão.

Uma das principais personagens no picadeiro, o presidente da Casa, vereador Alan Queiroz, chegou à ingenuidade de anunciar uma solução para o impasse, sugerindo à empresa Marquise de forma minimalista, a renúncia ao contrato. Ele não conseguiu nem mesmo entender que aos catadores, que arregimentou para lotar o plenário, não interessa se a empresa permanece ou não: eles querem os dois caminhões e uma camioneta prometidos para ajudar em seu trabalho, bem como o galpão e a coleta seletiva.

ATÉ MESMO segredos de alcova foram revelados. Dizendo se tratar de um documento público, o jovem vereador Leo Moraes, apareceu com um relatório da Procuradoria do Ministério Público de Contas, por mera coincidência, produzido pela jovem Érica, sua namorada, no qual são apontadas as supostas irregularidades. Ocorre que o documento “público” não estava disponibilizado na internet. Soube-se, então, que o galã tem um romance com a procuradora, o que teria lhe favorecido o acesso ao documento, apesar do risco de caracterização de crime de prevaricação, devido ao acesso a informação privilegiada que envolve o caso.

O GRAN FINALE ficou por conta do prefeito Mauro Nazif. Tomado momentaneamente por um lapso de memória, esqueceu-se que havia deixado o PSDB já há algum tempo, e preferiu ficar em cima do muro. Aproveitou para prestar contas à plateia de suas pregações em campanha contra o serviço de recolhimento de lixo, reforçando as críticas à empresa Marquise, mas fechou o espetáculo com um enigma turco: usou muito a palavra “vamos”, cobrou mais dedicação da empresa concessionária, mais amor a Porto Velho e mais respeito à população.

Mas não esclareceu se vai ou não determinar a quebra do contrato ou continuar com a mesma Marquise, que terá de fazer uma série de adequações em sua rotina de trabalho, para se atender ao que deseja a administração Nazif.

OU SEJA: pelo sim, pelo não, é conversando que a gente se entende. Pois não?