A fogueira das vaidades - Valdemir Caldas (*)

Antes de sentar-se na principal cadeira do palácio Getúlio Vargas, Coelho teria, primeiramente, que superar obstáculos quase que intransponíveis em sua tresloucada caminhada.

Publicada em 27/01/2013 às 07:44:00

Natural que os que dependem das migalhas lançadas pelo presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, José Hermínio Coelho (PSD), defendam com línguas, dentes e outros instrumentos de bajulação, sua eventual candidatura ao governo de Rondônia, em 2014.

Não que essas pessoas acreditem, cegamente, que Coelho reúna as condições necessárias e indispensáveis para comandar o estado, ou, então, que possua cacife eleitoral para brigar em pé de igualdade com pesos pesados da política estadual, como o atual governador Confúcio Moura, o ex-senador Expedito Junior, o candidato derrotado à prefeitura da capital e empresário Mário Português ou o próprio ex-governador e senador Ivo Cassol. Move-as, apenas, o sentimento de querer agradar o chefe visionário.

Antes de sentar-se na principal cadeira do palácio Getúlio Vargas, Coelho teria, primeiramente, que superar obstáculos quase que intransponíveis em sua tresloucada caminhada, dentre eles, angariar o apoio e a confiança do eleitor interiorano, coisa que os eventuais postulantes Confúcio, Expedito e Cassol já conseguiram.

A não ser que Coelho considere isso algo de somenos importância. Julgue que os votos do interior e nada é a mesma coisa, e que bastaria o eleitorado da capital para alça-lo ao lugar de Confúcio. Muitos assim procederam e acabaram caindo do cavalo.

A maioria do pessoal do interior não sabe quem é o presidente da ALE. Nunca o viram ou ouviram falar dele. Trata-se de um político neófito, sem base. E, o que é pior, não há tempo suficiente para construí-la.

No fundo, Coelho sabe perfeitamente que não há a menor possibilidade de ser brindado com uma votação, digamos, expressiva, numa possível disputa pelo governo do estado, mas insiste nessa sandice, por pura vaidade delirante.

Coelho está obcecado pelo poder. Loucura geral. Coisa de hospício no duro, que a qualquer momento pode explodir. No entanto, louco para ele é quem o critica.

Coitado! Coelho acredita que sua ascensão ao posto de presidente ALE contribui de alguma maneira para melhorar a imagem do poder e resgatar a confiança daquela instituição perante a opinião pública, dilacerada por um amontoado de escândalos, capaz de fazer o diabo se benzer.

Cá entre nós, quem olha para ALE sente vontade de chorar. E quem não a tem? Só os que estão cevando sua avidez onírica à custa do erário para nada produzir. E não são poucos.

Coelho ainda não se deu conta, mas há muitos torcendo para que ele mergulhe de cabeça na sua pretensão frívola de disputar o governo, no próximo ano. Não porque essa gente confia na sua experiência, na sua produção legislativa ou no seu conhecimento acerca da problemática estadual, mas porque querem vê-lo pelas costas, execrado do mapa político.

Salomão ganhou sabedoria e conhecimento e acumulou um patrimônio invejável. Depois, descobriu que tudo era vaidade debaixo do sol. Coelho ganhou a presidência da ALE e, hoje, não sabe o que fazer com ela. Agora, alguém meteu na sua cabeça que ele tem chance de disputar e vencer o pleito para o governo do estado. E não é que ele acredita nisso.